Composta por Chuck Berry e lançada em 1960, a música “Johnny B. Goode” é sem dúvidas uma das mais icônicas da história do rock. Seu famoso riff inicial, inspirado na canção “Ain’t That Just Like a Woman”, de Louis Jordan, é certamente um dos mais influentes até os dias de hoje.
Em uma detalhada análise no seu canal de YouTube, o guitarrista Paul Davids explicou quais são os “ingredientes” por trás da sonoridade desse riff e mostrou o motivo pelo qual, em sua visão, o trecho pode ser considerado como um dos momentos que definiram o rock de uma maneira geral.
“O primeiro ingrediente é a presença da chamada blue note. Em tons maiores como o BbM, a terça menor carrega um tempero especial. Você pode usar com um bend, como uma nota pequena, que é o que acontece nesse riff. O segundo ingrediente é o double stop, que é quando se toca duas notas ao mesmo tempo. É muito divertido na Johnny B. Good porque ele brinca com o ritmo”, explica.
O riff inicial de Johnny B. Goode
O próximo “ingrediente” citado por Paul Davids na música “Johnny B. Goode” é a presença do modo mixolídio. “A única diferença para a escala maior é a 7ª, que diminui um semitom. Essa escala é ótima para solar em uma música de blues”, explica. Já o quarto “ingrediente” é o fato do riff ter uma melodia sincopada, ou seja, quando as notas não são tocadas exatamente no tempo.
“Sem esse recurso, o riff poderia ser entediante. Ao tocar as notas sincopadas, fica muito mais interessante. Dá vontade até de dançar. Ele também usa o recurso do stacatto, que é quando as notas não são tocadas juntas e sim com uma pequena pausa entre elas. Isso tudo faz com que o riff de ‘Johnny B. Goode’ seja um dos mais importantes do rock”, completa.