Quando um profissional se torna um dos melhores em sua atividade, não é raro que ele passe a se sentir refém do próprio talento. Isso ocorre porque surge uma cobrança (interna e externa) para que ele se supere a cada novo trabalho. Ou seja, a habilidade que o destacou se torna sua própria prisão. Esse fenômeno já foi observado na música, nos esportes e no mundo corporativo, por exemplo.
Nesse contexto, Chris Impellitteri, considerado um dos guitarristas mais rápidos do mundo, respondeu à seguinte pergunta em nova entrevista à Guitar World: tocar rápido tem sido uma maldição? De acordo com o estadunidense de 60 anos de idade, o virtuosismo não o encurralou, já que ele tem outras cartas na manga quando se fala de música.
“Eu posso tocar muito rápido se eu quiser”, iniciou o instrumentista. “Se você ouvir o novo disco da minha banda Impellitteri, War Machine, perceberá que, sim, há muitas passagens rápidas – mas há muitas melodias excelentes e ótimo lirismo. Nem tudo é velocidade”, garantiu.
Dessa forma, o guitarrista não se sente obrigado a tocar de forma veloz o tempo todo. “A maneira como eu uso a velocidade é para excitar ou melhorar a composição. Eu não toco rápido apenas para tocar rápido ou para me exibir. Eu faço isso para elevar a música”, contou.
Segundo Impellitteri, ter senso melódico é essencial. “Uma coisa que as pessoas dizem que eu faço muito bem é que, quando toco muito rápido, há um sentido melódico que funciona para a música, mesmo que eu provavelmente esteja tocando muitas notas.”