O vocalista e baixista do Kiss, Gene Simmons, foi bastante pontual ao dizer, em entrevista ao canal de YouTube de Larry King, que a indústria musical está morta para os novos artistas. Na visão dele, os músicos antigos até podem conseguir se segurar por um tempo, mas as condições atuais não permitem que novos nomes se consolidem.
“Eu disse há 10 anos, quando streaming e download eram de graça. O Radiohead tentou lançar um álbum (‘In Rainbows’, de 2007) e disse aos fãs: ‘paguem o que quiserem’. E isso nunca mais foi feito, porque não funciona. Se deixar as portas de um mercado abertas e disser ‘pague o que quiser’, as pessoas vão pegar e não vão pagar nada. Não funciona. Todos preferem de graça”, afirmou Gene, inicialmente, ao refletir sobre a perda do valor da música gravada.
O músico do Kiss pontuou que é solidário às novas bandas e que há “muitos talentos por aí que nunca terão uma chance”. “Agora no zeitgeist, eles pensam, ‘ok, indústria da música, eu entro no The Voice, canto, daí tenho uma carreira’. Eles não têm ideia do que isso significa”, disse.
Gene Simmons e o problema das gravadoras
O problema principal, entretanto, está na forma como as gravadoras operam atualmente, de acordo com Gene Simmons. “As gravadoras não conseguem ganhar dinheiro nesse formato. Minha filha, Sophie, é uma grande compositora, tem suas músicas no Spotify e tudo. Ela compôs para Rick Ross, Yellow Claw e vários outros. Tem toneladas de músicas que foram ouvidas milhões de vezes, mas ganhou apenas algumas centenas de dólares com isso”, afirmou.
Dessa forma, Simmons não hesitou ao decretar: “A indústria da música está morta para novos artistas. E o rock está morto. A última grande banda de rock que surgiu foi o Foo Fighters e isso faz 20 anos. Não dá para citar outra banda de rock após eles, pois não dá para viver disso”.
A entrevista pode ser conferida na íntegra, em inglês e sem legendas, no player de vídeo a seguir.