Quando o Rush anunciou seu retorno aos palcos, o mundo do rock parou. Três dias depois da confirmação oficial, os fãs ainda tentam digerir a notícia: Alex Lifeson e Geddy Lee estão de volta — acompanhados da baterista Anika Nilles, que assumirá o posto deixado pelo lendário Neil Peart.
Mas, por trás do entusiasmo da reunião, Lifeson revelou um detalhe curioso: tocar novamente as músicas do Rush tem sido mais difícil do que ele imaginava.
A redescoberta do Rush
Durante uma entrevista ao Rock & Roll Hall of Fame, Lifeson admitiu que reencontrar as composições da banda foi quase como reaprender a tocar guitarra. “Quando nos sentamos e começamos a tocar algumas coisas do Rush, percebi como era difícil tocar essas músicas”, contou o guitarrista.
Depois de mais de quatro décadas tocando lado a lado com Geddy Lee e Neil Peart, Lifeson já tinha as músicas no sangue. Mas o tempo afastado das turnês trouxe uma nova perspectiva. “Quando você faz isso todos os dias por 40 anos, não é grande coisa. Mas quando se afasta e observa a complexidade da música, as nuances e a sensação, é desafiador e empolgante ao mesmo tempo”, disse.
Ele também destacou como a redescoberta desse repertório reacendeu a paixão por tocar. “Quanto mais ensaiávamos, mais eu me apaixonava pela ideia de subir ao palco novamente.”
Geddy Lee e o peso da decisão
Geddy Lee foi direto ao ponto ao explicar que o retorno não foi uma decisão fácil. “Perder o Neil foi devastador. Por muito tempo, sequer pensamos nessa possibilidade. Foi algo muito difícil de contemplar”, revelou o baixista e vocalista.
A escolha de seguir em frente envolveu não só emoção, mas também respeito à memória de Peart. “Como você substitui alguém insubstituível?”, questionou.
Mesmo assim, algo mudou nos últimos dois anos. Lee contou que os encontros informais com Lifeson reacenderam uma chama criativa adormecida. “Ele vinha, tomava meu café, ficava por perto, tocávamos e ríamos. Um dia, começamos a tocar algumas músicas do Rush por diversão — e aquilo dissipou as nuvens negras.”
Anika Nilles assume a bateria
A adição de Anika Nilles à formação foi recebida com entusiasmo pelos fãs. A baterista alemã é conhecida por sua técnica impecável e presença de palco magnética. Sua entrada não é uma substituição, mas uma homenagem à genialidade de Neil Peart.
Lifeson e Lee garantem que a escolha foi feita com o coração. “Queríamos alguém que entendesse a energia do Rush, sem tentar ser o Neil. Anika trouxe respeito e frescor ao mesmo tempo”, comentou Lee.
Turnê marcada para 2026
O Rush voltará oficialmente à estrada no verão de 2026, com uma turnê que passará por sete cidades da América do Norte. A pré-venda já está em andamento, e os ingressos gerais serão liberados a partir de 17 de outubro.
Para Lifeson, esse retorno é mais do que uma celebração — é uma nova fase. “Essas músicas são parte da nossa vida. Tocá-las novamente é reviver memórias, emoções e desafios. É como voltar para casa.”
Com emoção, respeito e virtuosismo, o Rush promete transformar essa turnê em um tributo vibrante ao seu legado. E, se depender de Lifeson e Lee, o público pode esperar mais do que nostalgia: pode esperar o renascimento de uma das bandas mais influentes da história do rock progressivo.


