O AC/DC tem fama de ser uma das bandas mais diretas do rock, apostando em linhas instrumentais mais simples. Para o guitarrista Nuno Bettencourt, do Extreme, isso não significa, nem de longe, que as canções da banda sejam fáceis de se tocar, especialmente em seu instrumento.
Em entrevista ao podcast The French Connection, com transcrição do Ultimate Guitar, Nuno Bettencourt refletiu sobre a identidade que há na sonoridade do AC/DC. Muitos músicos acreditam que não seja difícil tocar as linhas de guitarra dos irmãos Angus e Malcolm Young, mas geralmente estão enganados.
“Guitarristas costumavam rir ao tocar músicas do AC/DC. Bem, tente tocar a m*rda da introdução de uma música deles. Não importa se é ‘Back in Black’ ou qualquer outra. Nunca terá a mesma sensação passada por Angus ou Malcolm”, afirmou.
Esse mesmo conceito se reproduz nos solos, segundo Nuno. “Tente tocar um dos solos. Veja como ele está fazendo. Você pode sentir a madeira da guitarra quando é ele tocando naquela SG. Não devemos ‘tocar’ solos, mas ‘sentir’ solos. Devemos sentir a música”, disse.
Em seguida, o músico citou uma experiência própria que ele teve quando o Extreme fez uma turnê com o Alice in Chains como banda de abertura. Naquela situação, o vocalista do Alice, Layne Staley, deu a Nuno Bettencourt uma amostra do que é esse sentimento associado à música.
“Lembro de ver o Alice in Chains pela primeira vez em uma passagem de som. Layne chegou e eles tocaram ‘Man in the Box’. Eu fiquei tipo: ‘uau, isso sim é uma passagem de som’. Chegou a hora do show e lá estava Layne, de olhos fechados, cantando. Gary (Cherone, vocalista do Extreme) era mais físico, da escola de Mick Jagger. Um fã me procurou depois do show e falou: ‘não entendo, esse cara (Layne) fica paradão ali’. Mas durante o show, eu não conseguia tirar os olhos daquele cara”, afirmou.
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