O baterista Eloy Casagrande compartilhou um relato que despertou a curiosidade de muitos músicos, sejam percussionistas ou não. Hoje membro do Sepultura, o instrumentista revelou, em vídeo, como foi a sua experiência ao trabalhar com artistas do sertanejo.
Eloy contou que fazia gravações como freelancer para cantores e duplas de sertanejo entre 2009 e 2011. O período já contemplava suas passagens por bandas de rock e metal, como Yahweh, Gloria e o grupo de apoio de Andre Matos – na época, o batera tinha pouco mais de 18 anos de idade.
“Foi uma experiência de grande aprendizado, muito valiosa. Conheci alguns músicos e produtores que me chamavam para essas gravações. Gravava singles, EPs, álbuns completos… participei de videoclipes e acompanhei artistas em canais de TV”, comentou, inicialmente.
O músico deixou claro que não se recorda quais eram os artistas e duplas com os quais ele trabalhava. O contato era muito rápido, geralmente sendo intermediado pelo produtor desses cantores, e muitas vezes eram artistas desconhecidos, que estavam começando. “Geralmente, o artista contratava o produtor, que escolhia os músicos que se encaixariam melhor naquele trabalho”, disse.
Em seguida, o baterista reconheceu que levou algum tempo até encaixar-se no meio sertanejo. “Tive que estudar e adquirir a linguagem do estilo. Não é nem um pouco fácil tocar sertanejo, pois é um estilo muito amplo hoje em dia. É o ‘fusion’ brasileiro, pois funde ritmos brasileiros em geral, até mesmo do Sul, além de xaxado, baião, samba, pop, rock e até metal, com bateristas usando pedal duplo”, afirmou.
O método de trabalho costumava ser bem “corrido”, de acordo com Eloy. “O produtor ligava um dia antes ou até poucas horas antes da gravação. Geralmente, o produtor ainda estava fazendo os arranjos para todos os instrumentos, pois o artista costuma entregar uma demo bem simples. As gravações eram ao vivo, com a banda toda tocando junta. O produtor coloca a partitura, indica o estilo, o ritmo, eu saía montando feito um louco. A banda ensaiava uma ou duas vezes, já gravando em seguida”, revelou.
Por estar integrando o Sepultura há quase uma década, o baterista parou de fazer esse tipo de trabalho. “Com o tempo, acabei perdendo a mão, porque essa linguagem some. Ela está em algum lugar, mas eu precisaria reacessá-la. Tenho admiração por esses músicos do meio sertanejo, pois é muito difícil, é um meio que exige estudos constantes”, pontuou.
Confira o vídeo na íntegra a seguir!