É inegável que as guitarras Gibson carregam uma aura muito especial. Afinal, a marca norte-americana é uma das mais icônicas do segmento, com instrumentos que foram tocados por heróis do blues, rock, jazz e metal, só para citar algumas sonoridades.
Dessa forma, o timbre característico dos modelos da empresa está carimbado em grandes hits da música mundial. Também não há como deixar de lado o visual dos instrumentos, sempre cheios de classe e atitude. Ou seja, quem nunca quis tocar com uma guitarra Gibson que atire a primeira palheta!
Nesse contexto, hoje vamos conhecer os principais modelos da Gibson, dando destaque às características construtivas e ao som de cada tipo de guitarra. Curtiu a proposta? Então, vamos lá!
Um pouco da história da Gibson
Antes de tudo, é interessante conhecermos como surgiu a Gibson. Bom, a história da marca começa em 1894, quando o luthier Orville Gibson passou a construir violões e bandolins nos Estados Unidos, mais especificamente na região de Kalamazoo, Michigan.
A Gibson Mandolin Guitar Corporation nasceu em 1902 e, pelas décadas seguintes, focou a produção em instrumentos acústicos de tampo arqueado com aberturas, os chamados sound holes. Alguns protótipos de guitarras elétricas também foram desenvolvidos.
Mas foi nos anos 1950 que a Gibson se superou. Liderada por Ted McCarty, a empresa realizou uma parceria com o músico Lester William Polsfuss para lançar a sua primeira guitarra de corpo sólido. Assim, a Les Paul transformou a música popular e abriu espaço para outros modelos de sucesso.
Os principais modelos de guitarra Gibson
Uma vez que realizamos essa breve contextualização, chegou a hora de conhecer os principais modelos de guitarra Gibson.
Ah, estamos considerando “modelos” os formatos mais marcantes e tradicionais, beleza? Tenha em mente que esses shapes estão presentes em várias linhas e configurações dentro do catálogo da marca.
Ok, bora ao que interessa!
Les Paul
Lançada em 1952, a Les Paul é a guitarra Gibson mais popular de todos os tempos. Assim, o design tradicional apresenta corpo espesso de mogno com cutway inferior e tampo abaulado de maple. O braço, também de mogno, é colado ao corpo e tem escala de rosewood.
Por sua vez, a ponte fixa é conhecida como stoptail, enquanto a parte elétrica inclui botões individuais de volume e tonalidade para cada um dos dois captadores humbucker, além de uma chave seletora de três posições. Dessa forma, é possível obter muitos sons distintos apenas mexendo nos controles.
O som da guitarra Gibson Les Paul é encorpado e poderoso, cheio de sustain, especialmente com overdrive e distorção. O modelo é amplamente usado no rock, blues e heavy metal. Fizeram história com o instrumento nomes como Jimmy Page, Randy Rhoads, Slash, Zakk Wylde e Joe Bonamassa.
SG
A SG deu as caras em 1961. De certa forma, foi uma resposta da Gibson à Fender, já que a concorrente possuía guitarras mais finas e confortáveis. Então, a SG veio para manter a essência do timbre característico da Les Paul em um formato mais ergonômico.
Basicamente, a SG possui as mesmas madeiras e peças da Les Paul, mas com um corpo consideravelmente mais fino, sem tampo de maple. Possui ainda dois cortes no corpo para melhor acesso às últimas casas, além de contornos que suavizam as “quinas” do instrumento.
Embora a guitarra Gibson SG não tenha o som tão gordo quanto o da LP, possui mais presença de médios, além de uma “mordida” perfeita para rock clássico e hard rock. Os principais representantes da SG são Tony Iommi, Angus Young, Pete Townshend, Eric Clapton e Frank Zappa.
ES
Geralmente, as guitarras Gibson ES são semiacústicas. Ou seja, o corpo tem tamanho avantajado e é oco, mas conta com um bloco central de madeira sólida. Dessa forma, os modelos funcionam bem quando amplificados, já que sofrem menos menos com feedback do que as guitarras totalmente ocas.
Na história da Gibson, as primeiras guitarras ES eram acústicas, como a ES-150, de 1936. Porém, mais tarde, foram produzidos modelos semiacústicos que se tornaram muito populares, dos quais se destaca a famosa ES-335, lançada em 1958. O corpo de maple é muito usado nesses instrumentos.
Por causa do tipo de construção, as guitarras Gibson ES apresentam um som bem aveludado e envolvente, mas que ainda possui agudos interessantes. Como resultado disso, o timbre é ótimo para rock, blues, jazz e fusion, como provou a carreira dos guitarristas Chuck Berry, B.B. King e Larry Carlton.
Explorer
Datada de 1958, a Explorer chamou a atenção na época pelo desenho futurista, em forma de “X”, além do headstock pontiagudo. Assim, o visual do modelo transmite um sentimento ousado e rebelde, repleto de atitude. Porém, não fez sucesso logo de cara e foi temporariamente descontinuado.
Já nas décadas de 1970 e 1980, a história foi outra. O modelo foi relançado e caiu nas graças dos guitarristas de rock e metal, como Matthias Jabs, Billy Gibbons e James Hetfield. Ao mesmo tempo, o shape transcendeu os sons extremos, como mostram os trabalhos de The Edge e Dave Grohl.
Seja como for, a guitarra Gibson Explorer é capaz de entregar sons de alta saturação com muito peso e definição. O sinal tem boa presença de graves, médios e agudos, com uma característica cortante. Porém, o instrumento não é dos mais confortáveis.
Flying V
Assim como a Explorer, a Flying V chegou ao mercado no ano de 1958 com um visual renovado e impactante para o período. Inicialmente, o corpo era feito de uma madeira chamada korina, com pontas muito chamativas e um headstock triangular.
Mais uma vez, o modelo demorou para vingar. Porém, quando os músicos Albert King, Lonnie Mack e Dave Davies passaram a usar a guitarra Gibson Flying V, ela alcançou a popularidade. Entre as diversas versões já fabricadas, a mais comum conta com um par de captadores duplos.
A Flying V não é tão ergonômica, já que foi idealizada para tocar em pé. Porém, o visual único e o som de alta qualidade eternizaram o shape, que ainda hoje é usado em diversas sonoridades. Richie Faulkner, Zakk Wylde e Rudolf Schenker são alguns guitarristas adeptos do modelo.
Firebird
Por fim, não é exagero dizer que o modelo Firebird é um dos mais excêntricos do catálogo da Gibson. E não é para menos, já que o shape do instrumento foi projetado pelo designer de carros Ray Dietrich. Lançado em 1963, o instrumento tinha a missão de ser popular e chamativo.
Assim, a Firebird lembra um pouco a Explorer, mas com pontas arredondadas. Trata-se da primeira guitarra Gibson de corpo sólido a usar um braço tipo neck-through. Ou seja, a peça de madeira do braço adentra o corpo, indo do headstock até o último pino da correia.
Novamente, o mogno é utilizado na construção. Embora haja muitas variações da guitarra Gibson Firebird, a mais conhecida conta com captadores mini-humbucker. O som é marcante, com brilho e estalado acentuados. Johnny Winter e Paul Stanley usaram a Firebird na carreira.
Outras guitarras Gibson
Ao longo de sua história, a Gibson fabricou várias outras guitarras, algumas delas até consideradas bizarras. Em seguida, confira uma pequena lista de modelos diferentes da Gibson:
- Marauder;
- Corvus;
- Moderne;
- Mill;
- Futura;
- Invader;
- Nighthawk;
- Victory.
Acompanhe as novidades da guitarra!
Muito legal a história das guitarras Gibson, não é mesmo? Definitivamente, a clássica fabricante tem modelos para todos os gostos e sonoridades. É uma pena que os instrumentos não sejam tão acessíveis no Brasil… No entanto, uma opção alternativa e de qualidade é a marca Epiphone. Fica a dica!
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Valeu pela presença. A gente se vê novamente em breve! Muitos bends.